Era um dia comum, e mais uma vez um senhor, de cabelos brancos, rosto com os sinais do tempo, vai para a sua luta diária. Sentado no chão em um pedaço de papelão, ficava em frete a uma praça esperando que sua mensagem, escrita em um pedaço de papelão, tocasse o coração de alguém. Ele não queria muito, apenas o suficiente para se alimentar.
Sou cego, por favor ajude!
Todos a sua volta seguiam suas vidas, uns na pressa para o trabalho, outras tranquilas conversando. As pessoas parece que não se importavam, parecia que não tinha ninguém ali. Sua presença e sua mensagem por algumas vezes eram notadas, mas isso era raro, e quando acontecia lhe rendia apenas algumas moedas.
Mas naquele dia, uma moça jovem, bem vestida, com óculos escuros e uma mala na mão, talvez com pressa para o trabalho, incomodada com aquela situação, resolve dar atenção para aquele senhor, ela se aproxima, se agacha e pega alguma coisa no chão. Ele sente a sua presenta, mas desta vez não ouve como de costume o barulho das moedas, e sim o barulho de uma caneta escrevendo em uma superfície de papelão. Enquanto ela escrevia, ele olha pelas suas mão para tentar conhecer quem estava a sua frente. Era uma mulher! Ele não entende nada, mas prefere não dizer uma palavra. Depois de alguns segundos, o barulho da caneta para, e o seu papelão é colocado novamente no lugar de sempre. A moça foi embora e a vida continua.
Mas algo diferente começa acontecer, o barulho das moedas eram mais frequentes, o senhor continuou sem entender, mas ao mesmo tempo ficou feliz, foram raras as vezes que pode ouvir o barulho de tantas moedas. Ao final do dia sua latinha estava cheia, ele ficou muito feliz, pelo menos naquele dia ele poderia pedir algo mais saboroso que as muitas moedas poderiam comprar.
Antes que ele fosse embora, se aproxima uma pessoa, ela toca os seus pés, e reconhece aquela mulher que não lhe deu uma só moeda. Sem murmurar, ele apenas pergunta: – O que você escreveu?
Ela lhe lhe respondeu: – Escrevi a mesma coisa, mas com palavras diferente.
Ele não questionou, apenas concordou e agradeceu.
Ela foi embora, com o sentimento do dever cumprido, de ajudar alguém necessitado.
É um lindo dia, e eu não posso vê-lo.
Mude suas Palavras, mude seu Mundo
Texto: Fabio Bmed