Desenvolvimento de Games no Brasil: A Jornada dos Indies na GDC 2014

Desenvolvimento de Games no Brasil: A Jornada dos Indies na GDC 2014

O cenário de desenvolvimento de jogos no Brasil é marcado por histórias de superação, criatividade e muito esforço. Na Game Developers Conference (GDC) 2014, realizada em São Francisco, 26 produtoras brasileiras mostraram que, apesar dos desafios, é possível criar games de qualidade e conquistar espaço no mercado internacional. De financiamento coletivo a investimentos próprios, cada estúdio tem uma trajetória única para contar.

1. Pocket Trap: Jovens e Determinados

A Pocket Trap, de São Paulo, é formada por três jovens: Rodrigo Zangelmi (24 anos), Henrique Caprino (22 anos) e Henrique Lorenzi (19 anos). Eles lançaram o jogo “Ninjin” para iOS em 2012, que, apesar de não gerar lucro, chamou a atenção da Sony. Com um kit de desenvolvimento cedido pela empresa, o trio está trabalhando na nova versão, “Ninjin: Clash of Carrots”, para PC, PS Vita e, possivelmente, Wii U.

  • Investimento: O pai de Caprino injetou R$ 30 mil, e a empresa captou mais R$ 50 mil através de um edital da Prefeitura de São Paulo.
  • Objetivo na GDC: Aprender e expandir oportunidades de negócios.
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A imagem não faz jus: o novo “Ninjin” é um bonito e frenético jogo de ação cheio de desafios.
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Henrique Caprino, Rodrigo Zangelmi e Henrique Lorenzi compõem a Pocket Trap de “Ninjin”.

2. Behold Studios: Sucesso com Nichos

A Behold Studios, de Brasília, é um exemplo de sucesso no mundo indie. Após quase fechar as portas, o estúdio lançou “Knights of Pen & Paper”, um RPG de mesa que vendeu 700 mil cópias e gerou US$ 2 milhões. Com esse capital, a empresa apostou no financiamento coletivo para “Chroma Squad”, um jogo sobre heróis estilo “Power Rangers”, que arrecadou US$ 98 mil no Kickstarter.

  • Filosofia: Criar jogos que eles mesmos gostariam de jogar.
  • Próximos passos: Lançar “Chroma Squad” para PC, Xbox One e PlayStation 4, sem monetização intrusiva.

3. Swordtales: Arte e Amadurecimento

A Swordtales, de Porto Alegre, surgiu de um trabalho de conclusão de curso na PUC-RS. O jogo “Toren”, um adventure sobre descoberta e amadurecimento, chamou a atenção de investidores e rendeu R$ 100 mil através da Lei Rouanet.

  • Desafios: A equipe se dedica integralmente ao projeto, mesmo com salários abaixo do mercado.
  • Objetivo: Parceria com um publisher para lançar o jogo no Ocidente em 2014.

4. Petit Fabrik: Em Busca de Parcerias

A Petit Fabrik, de Manaus, participou da Game Connection, evento paralelo à GDC, em busca de publishers para quatro jogos mobile e um projeto para PlayStation 4. Com 17 funcionários, o estúdio investiu pesado na viagem, mas acredita no potencial de seus projetos.

  • Filosofia: A Rovio, criadora de “Angry Birds”, lançou 50 jogos antes de acertar a fórmula. A Petit Fabrik está disposta a arriscar.
Direto de Manaus, no Amazonas, a Petit Fabrik trabalha em jogo para PlayStation 4
Direto de Manaus, no Amazonas, a Petit Fabrik trabalha em jogo para PlayStation 4.

Conclusão

A participação brasileira na GDC 2014 mostrou que, apesar dos desafios financeiros e estruturais, os desenvolvedores de games no Brasil têm talento e determinação para competir no mercado global. Seja através de financiamento coletivo, editais ou investimentos próprios, esses estúdios estão provando que o futuro dos games brasileiros é promissor.

Fonte: UOL

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Publicação Criada em: março 20, 2014
Atualizado em: março 19, 2025 6:05 pm

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