Você pode até pensar que a inteligência artificial (IA) é algo novo, mas as ideias iniciais em relação a ela remontam ao século XIV, com o trabalho de Ramon Llull, chamado Ars generalis ultima, onde ele aborda técnicas de lógica para a criação do conhecimento.
Já o termo inteligência artificial como o conhecemos hoje veio de uma proposta feita por pesquisadores americanos em 1955 com o objetivo demonstrar como a inteligência pode ser precisamente descrita de modo que uma máquina possa simulá-la.
Assim não é difícil perceber que este tema não é algo que impactará nossas vidas no futuro, mas sim algo que já está sendo bastante usado neste exato momento. Grandes companhias de capital aberto já estabelecidas, como IBM, Facebook, Amazon, Alphabet e Samsung investem pesado em IA.
Você se lembra quando o Deep Blue da IBM foi capaz de vencer o campeão Gary Kasparov na revanche de 1997? Mesmo que tenha sido por causa de um bug, como descoberto mais tarde, esse feito marcou uma nova fase no desenvolvimento da Inteligência Artificial. Agora, 20 anos depois, a IBM criou o Watson, sistema capaz de ler 40 milhões de documentos em 15 segundos, além de entender a leitura e o contexto do que está escrito. Ele deixa o Deep Blue no chinelo.
E as áreas de atuação da IA são as mais diversas, indo desde saúde e segurança, até finanças e automação veicular. Existe uma infinidade de aplicações sendo beneficiadas por algoritmos matemáticos. É sobre essas aplicações e as empresas que as desenvolvem que você vai ler agora.
Reconhecimento de voz
Essa tecnologia já é muito usada em carros, smartphones e diversos outros aparelhos eletrônicos. Permite que você faça ligações, mude estações de rádio, etc. Mas isso é apenas a ponta do iceberg. Sabe aquela tarefa tediosa de ligar para o Serviço de Atendimento ao Consumidor de alguma empresa e ter que digitar senhas ou então passar nome completo, nome da mãe, cor preferida, endereço, CPF para que você seja reconhecido? A israelense NICE, cuja ações são negociadas na Bolsa de Tel Aviv e na Nasdaq, tem um sistema que reconhece automaticamente a sua voz e torna desnecessário qualquer outra pergunta pra saber se é você mesmo.
Assistentes virtuais
Já bateu um papo com a Siri do iPhone, a Alexa da Amazon ou com a Bixby do novíssimo Galaxy S8 da Samsung? Então ainda não viu nada. Prepare-se que a Viv vem aí. É um sistema bastante avançado capaz de ajudar você em diversas tarefas do cotidiano. Quer um exemplo? Vamos supor que você queira ir a determinado endereço. Hoje em dia, você chama um táxi, um Uber ou vai até a estação mais próxima. Com a Viv, você simplesmente fala “quero ir a tal lugar” e ela já avalia onde você está, as estações de trem, metrô e ônbius, localiza os carros dos aplicativos, os táxis, avalia o trânsito e define qual a melhor opção. Tudo em questão de segundos.
A Viv foi criada pelos mesmos inventores da Siri, que foi comprada pela Apple em 2010. Eles deixaram a Apple em 2012 e fundaram a Viv, que acabou sendo comprada pela Samsung em 2016. As ações da Apple são negociadas na Nasdaq e as da Samsung na Bolsa da Coréia e Londres. Acho que agora fica fácil entender um dos diferenciais competitivos dessas megacorporações.
Biometria
Este tipo de tecnologia torna mais natural a relação entre humanos e máquinas. Vai além do reconhecimento tátil, de voz ou de movimentos corporais, percebendo também as suas emoções. Veja como a startup americana Affectiva, empresa que nasceu no MIT, usa essa ferramenta para auxiliar empresas de publicidade clicando neste link. É outra empresa que pode vir a ser adquirida no futuro, ou se crescer o suficiente pode até abrir o capital.
Plataforma de aprendizado profundo
É um sistema de aprendizado que usa redes neurais. Objetiva reconhecer padrões e determinar classificações a partir de um imenso banco de dados. É muito usado nos sistemas automatizados que operam em bolsa de valores, mas também em diagnósticos médicos, reconhecimento de faces e veículos autônomos.
Num veículo equipado com o sistema da nVidia, cuja ação é negociada na Nasdaq e que já sobe mais de 216% nos últimos 12 meses, você pode tirar as mãos do volante e relaxar. O carro faz tudo sozinho. O vídeo do sistema em funcionamento impressiona:
Plataformas de aprendizado por máquinas
Já imaginou se as máquinas além de serem programadas para realizar diversas tarefas também tivessem a capacidade de aprender por conta própria a desenvolver soluções para novos problemas? Pois é essa a evolução que o aprendizado por máquinas traz.
Você sabe que grandes empresas como Kimberly Clark, Johnson & Johnson e Nestlé estão espalhadas pelo mundo, certo? Mas os produtos e linhas que elas vendem em cada país são diferentes. Estes estudos analíticos permitem definir o melhor mix de produtos baseado nas preferências do consumidor de cada local, bem como escolhe as melhores maneiras de divulgação e marketing. Tudo isso para impulsionar as vendas.
E esta é só uma das aplicações nesta área onde a Amazon, a Microsoft e outras empresas estão investindo.
Tomada de decisões
Este tipo de software permite o uso de dados para melhorar processos e o fluxo de trabalho dentro das organizações, economizando recursos e acelerando os resultados. Também pode ser usado para melhorar o relacionamento de uma empresa com seus consumidores. A americana Pegasystems, que possui ações negociadas na Nasdaq que já subiram mais de 117% nos últimos 12 meses, mostra como a inteligência artificial detecta reclamações de clientes nas redes sociais e já entra em contato com a pessoa de forma a atendê-la melhor:
Conclusão
Estas foram apenas algumas das aplicações que mostram como a Inteligência Artificial deixou de ser um pequeno nicho no setor de tecnologia para impactar diversas áreas da indústria. E olha que muitas dessas ferramentas estão apenas em sua fase inicial.
Qual seria a demanda por um software que reconhecesse criminosos que entrassem em seu estabelecimento comercial e já alertasse a polícia? Ou por outro que percebesse você ter esquecido o forno ligado e o desligasse sozinho? Ou um que fizesse o chuveiro despejar água sempre na sua temperatura preferida?
Existem infinitas aplicações para a Inteligência Artificial e muitas ainda nem chegaram ao mercado. O fato é que os líderes no desenvolvimento de IA são startups estrangeiras que um dia lançarão ações em Bolsa ou serão adquiridas pelas grandes companhias, como Alphabet, Amazon, Microsoft e Facebook, que você pode investir hoje.
Enquanto as empresas brasileiras perdem tempo precioso calculando impostos e gastam bilhões de reais com processos trabalhistas e segurança, as empresas estrangeiras usam seu tempo para desenvolver o futuro. Assim, não é preciso nenhuma inteligência sobre-humana para descobrir onde é melhor investir.